Dentre as linhas de ação que integram o projeto, destacam-se as RODAS DE CONVERSA NAS ESCOLAS e o GRUPO DAS MULTIPLICADORAS.

Nas escolas, os integrantes do PROJETO ACOLHIDA realizam dois ciclos de RODAS DE CONVERSA por ano (março e novembro) com os alunos da rede pública estadual e municipal de ensino (14 anos ou mais), tendo por objetivo desenvolver o senso crítico dos adolescentes sobre a violência contra a mulher, a partir de um viés preventivo. Além disso, são sugeridas diversas atividades aos alunos, explorando a temática de forma criativa. 

Além das escolas, existe a iniciativa de educação popular em direitos para formação de agentes multiplicadoras no processo de acolhimento, orientação e fortalecimento de mulheres em situação de violência. As MULTIPLICADORAS são mulheres de referência e de influência, indicadas pelos integrantes do projeto, que costumam ser procuradas pelas vítimas de violência, nos mais diversos seguimentos sociais, com um pedido de ajuda e de orientação, por enfrentarem dificuldades no acesso formal à Justiça e aos meios de proteção, seja por não conhecerem seus direitos e os serviços existentes, seja por não se sentirem fortalecidas em romper o ciclo de violência do qual fazem parte. 

COMO TUDO COMEÇOU?

O PROJETO ACOLHIDA foi desenvolvido na comarca de BANDEIRANTES/PR, pelo Ministério Público em parceria com o Poder Judiciário, e conta com a colaboração da OAB, da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, da Polícia Militar, da Polícia Civil, das escolas públicas e de diversas entidades e representantes da sociedade civil, empenhadas com a importante missão de enfrentar todos os tipos de violência contra a mulher.

O projeto teve como ponto de partida o mês de novembro de 2022, em razão do dia internacional de combate à violência contra a mulher (25/11). Contudo, neste ano de 2022, a semana de ativismo foi antecipada para os dias 7 a 11 de novembro, para garantir o engajamento e a participação da sociedade civil em geral antes do início dos jogos da Copa do Mundo. 

Durante a semana de campanha a cor laranja tomou conta dos prédios públicos, de alguns estabelecimentos comerciais e das escolas, como demonstração de apoio ao projeto. Além disso, foi realizada distribuição de material informativo e digital para a população dos dois municípios que integram a Comarca de Bandeirantes.

Nos dias 7, 8, 9 e 10 de novembro foram realizadas rodas de conversa nas escolas públicas de Bandeirantes e de Santa Amélia, para as turmas do ensino fundamental (mais de 14 anos) e ensino médio, assim como para as turmas do EJA (jovens e adultos), contando com a participação de mais de 600 alunos, que puderam fazer perguntas e debater sobre o tema com as Promotoras de Justiça e com a Juíza Criminal da comarca, acompanhadas de suas respectivas equipes (assessoras, assistentes e estagiárias). Para que os alunos pudessem participar de forma mais ativa das rodas de conversa, as Promotoras de Justiça de Bandeirantes realizaram reunião prévia com as equipes pedagógicas, fornecendo material para que fosse trabalhado em sala de aula nas semanas anteriores ao evento.     

No dia 07 de novembro foi realizada roda de conversa na comunidade terapêutica masculina  São Pio de Pietrelcina, em Bandeirantes, com enfoque no tema "masculinidades e violência contra a mulher". Na mesma data foi apresentada palestra no período noturno, tendo como tema o "feminicídio", como parte da semana jurídica organizada pela UNOPAR. 

Além disso, ao longo da semana foram realizadas falas nas duas rádios de Bandeirantes pelas Promotoras de Justiça e pela Juíza Criminal da comarca, bem como pela Polícia Civil e Polícia Militar, OAB, Secretaria de Saúde e CREAS. A intenção foi informar a população sobre as atribuições de cada órgão integrantes do Sistema de Proteção e do Sistema de Justiça, bem como orientar as mulheres sobre os direitos e serviços que lhes são garantidos, principalmente quando já estiverem em situação de violência.

No dia 10 de novembro foi disponibilizada pela Prefeitura de Bandeirantes uma barraca na Feira da Lua, no Parque do Povo, para divulgação de informações sobre o projeto e para tirar dúvidas sobre os serviços de proteção à mulher. 

Além disso, no dia 11 de novembro foi oferecido um café da manhã e realizado o primeiro encontro com as MULTIPLICADORAS, que receberam informações sobre os "direitos das vítimas" e participaram de uma dinâmica sobre "escuta empática", conduzida por uma musicoterapeuta. O próximo encontro com as MULTIPLICADORAS será realizado no ano de 2023, contando com a participação das mulheres que já se inscreveram no projeto e participaram da campanha de 2022, bem como daquelas que eventualmente se inscreverem por meio desta plataforma (formulário abaixo).

A plataforma digital está sendo divulgada para o público em geral para facilitar o acesso à informação por mulheres em situação de violência, contando com a disponibilização de materiais informativos do projeto, além de diversos links, telefones e endereços dos órgãos e serviços de proteção da comarca de Bandeirantes.